O biólogo, físico-químico e especialista em bioética Frank Alárcon, fundador do primeiro partido político da América Latina que faz defesa dos animais, em entrevista recente ao Instituto Humanitas Unisinos Online, afirmou que “o abate (de animais) tanto institucionalizado como aquele realizado clandestinamente em todo o país alimenta toda uma cadeia monstruosa de ilicitudes jurídicas, ambientais, sanitárias e, sobretudo, éticas”.
E acrescenta algo, extremamente alarmante: “Enquanto frigoríficos e suas holdings estão envolvidos no financiamento obscuro de agentes e bancadas parlamentares do Poder Público, de processos envolvendo lavagem de dinheiro e fuga de divisas, do transporte de drogas pela malha rodoviária ou mediante pistas de pouso em gigantescas fazendas, pela destruição e desmatamento do Cerrado e de áreas amazônicas, pela morte de ambientalistas e representantes indígenas, pela prática de regimes trabalhistas análogos à escravidão, pela contaminação de lençóis freáticos e fluviais com antibióticos e subprodutos do abate animal — para citar apenas alguns fatores já amplamente registrados pelos veículos jornalísticos —, a forma como animais são tratados e mortos é, para a sociedade civil, um aspecto de baixo interesse”.
Na entrevista ele apresenta dados sobre o transporte de animais vivos e relatou a gravidade disto: “O transporte de animais (seja ele rodoviário ou marítimo) está intrinsecamente ligado à prática de maus-tratos. Animais são transportados em caminhões de um ou dois andares, abarrotados de animais (para economia de transporte, número de veículos e combustível), em viagens extenuantes de centenas de quilômetros desde seu local de quarentena ou criação, em pé, sem que possam comer ou ingerir líquidos de forma adequada”. A fiscalização deste processo também sendo realizada de forma inadequada.
Para finalizar, ele relata outro problema que tem a ver com a responsabilidade do consumo de animais, dizendo que por matadouros serem estruturas ocultas para a sociedade, isto contribui para que continue sendo assim, já que saber o que acontece nestes lugares faz a consciência doer.
Vale lembrar que para que isto aconteça é preciso que mudemos nossos hábitos começando a respeitar de fato os animais deixando de explorá-los e consumi-los, só assim será possível reduzir o sofrimento deles ao máximo e acabar com toda essa cadeia de ilicitudes apontada pelo biólogo.
Confira a entrevista na íntegra clicando aqui.