O sistema agropecuário atual, principalmente a pecuária, quando em frente à ciência, se mostra cada vez mais ineficiente quando o assunto é sustentabilidade. Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford mostrou que, caso o mundo fosse vegano, precisaríamos apenas de 1/4 do total de terras utilizadas para produção do agronegócio seriam necessárias; um total equivalente aos Estados Unidos, China, União Europeia e Austrália combinados deixaria de ser utilizado, e ainda sobraria comida para alimentar a todos.
O estudo foi realizado com dados de cerca de 40.000 fazendas em 119 países, cobrindo cerca de 40 produtos, que juntos representam 90% das calorias consumidas mundialmente. As conclusões não foram apenas sobre a quantidade massiva de terras que não precisariam ser devastadas, mas é possível observar impactos em outros âmbitos, como a grande contribuição com as emissões de GEE (gases de efeito estufa), poluição e gastos de água.
Apesar de produzir apenas 18% das calorias ingeridas e 37% das proteínas, a pecuária utiliza 83% das terras ocupadas pela agropecuária atualmente. Mesmo quando se compara os danos dos produtos de origem animal com o vegetal menos sustentável de se cultivar, eles ainda são mais danosos para o meio ambiente e geram muito menos contribuição nutricional. Em uma comparação de produção do bife que menos causasse impactos com a de ervilhas, por exemplo, o bife gerou 6 vezes mais GEE e gastou 36 vezes mais terras. J. Poore, um dos autores do trabalho, diz ao The Guardian:
“Converter grama em [carne] é como converter carvão em energia. Vem com um imenso custo nas emissões.”
Como solução alternativa para a situação, os pesquisadores sugerem taxar carnes e laticínios, subsidiar produtos vegetais saudáveis como forma de incentivar um consumo mais sustentável e também comunicar aos consumidores os impactos ambientais do que consomem. J. Poore comenta:
“A razão pela qual comecei esse projeto foi entender se existiam produções de origem animal sustentáveis por aí. Mas eu já havia parado de consumir produtos de origem animal pelos últimos 4 anos deste projeto. Esses impactos não são necessários para sustentar nosso estilo de vida atual. A pergunta é o quanto conseguimos reduzi-los, e a resposta é muito.”
Caso fosse adotada uma dieta à base de plantas, até 3,3 bilhões de hectares não precisariam mais ser usados; haveria uma redução de 49% nas emissões de CO2, um dos gases do efeito estufa e 50% menos acidificação dos solos e dos mares.
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